sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A tarde sobe.



Ao rés da Terra o tempo é escuro
Mas a tarde sobe, se ergue no ar tranqüilo e doce
A tarde sobe!
No alto se ilumina, se esclarece.
E paira na região iluminada.

Sobe, desfaz a trama de entrelaços
Superpostos na maneira dos esquadros
Sobre o chão aos poucos escurecendo.
Sobe: No meio da parte densa.

Sobe alva, serena para as estrelas
Que irão em breve aparecer,
Luzindo, no princípio da noite;
No espaço branco em que se completa
Preenchendo o centro e a esquerda
Branco que saiu limpo
De um fundo escuro de hachuras.

A tarde sobe!
Sobe até o zênite dando aos que passam
A paz e a serenidade do entardecer.

A tarde sobe pura e macia!
As linhas de baixo se inclinam
Se afastam e vão deixá-la subir.
Joaquim Cardozo.

4 comentários:

  1. Meninas, eu não sei vocês, mas esse poema me lembrou muito po Tecendo a manhã, do João Cabral de Melo Neto.

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  2. saudade das minhas tardes de verão, nas férias, lá no Sul!

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  3. Dani lembra mesmo poema de João CAbral de Melo Neto. Muito bonita a imagem que cria dessa vez sobre a tarde.

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