sexta-feira, 30 de julho de 2010

Dez chamamentos ao amigo


Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.

Hilda Hilst.

4 comentários:

  1. Adorei! A Hilda Hilst tem uns poemas lindos!

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  2. Nossa, que poema maravilhoso...
    Nunca li nada da Hilda Hilst, preciso conhecer a obra dela, que pelo que eu vi aqui é incrível!

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  3. Gente, amei esse poema. Já ta no meu caderninho!

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  4. Lindo! Lindo! Conheço pouco de Hilda Hilst! Devia ler mais!

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