1
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
2
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
João Cabral de Melo Neto.
Pois é, meninas, é com este poeminha singelo que completamos o post de número 200 do nosso blog! A cada dia que passa, fico mais orgulhosa desse laço que criamos. Espero um dia chegarmos ao post de número 1000! :)
ResponderExcluirMuito obrigada a todas vocês por me proporcionar esses momentos lindos, e essas leituras maravilhosas!
PS: estava revivendo nossos posts, e alguns deles não estão mais legíveis, por conta do novo layout, viu? Eu já arrumei os meus hehe =*
ResponderExcluirMorro de amores por esse blog. Se estou feliz, se estou triste, se estou melancolica.... sempre venho parar aqui!!Uma fonte de inspiração constante, feita sempre com tanto carinho!!
ResponderExcluirGente, que lindo, 200 posts!
ResponderExcluirQue tagarelas que nós somos, hahahah!
P.S.: descuuulpa de novo pela ausência, às vezes a unb não me permite entrar aqui, haha!
P.P.S.: esqueci de comentar do poema! Uma tessitura incrível criada por João Cabral, é impressionante a capacidade de manusear as palavras que esse homem tem!
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