quarta-feira, 14 de abril de 2010

Minhas coisinhas pobres


Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”
Cora Coralina

4 comentários:

  1. esqueci de colocar! é da Cora Coralina!

    ResponderExcluir
  2. Lindo, simples... Cora Coralina sempre me parece um fim de tarde, no domingo, na casa de vó... quando todos os primos e parentes já foram embora... depois do tradicional almoço... daí a gente senta na varanda e fica olhando as roseiras, de vez em qndo tem um beija-flor, às vezes uma borboleta... e a vida corre assim, LEVE!!!

    AMEI, Gabi!

    ResponderExcluir