domingo, 5 de setembro de 2010

A vida só é possível se reinventada!



Reinvenção


A vida só é possível
reinventada.

Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas. . .
Ah! tudo bolhas
que vêm de fundas piscinas
de ilusionismo... – mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcança...
Só - no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só - na trevas
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Cecília Meireles in Flor de poemas

5 comentários:

  1. "Ahhhh, tudo bolhas!!!" Adoooro esse poema, Lu!

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  2. "Vem a lua, vem, retira
    as algemas dos meus braços"
    AMEI!

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  3. Também gosto muito desse poema. A imagem deu certinho com ele!

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  4. Eu AMO TANTO esse poema! Sempre fiz dele um hino, uma inspiração! Cecília sempre esteve muito presente na minha vida.

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  5. "Porque a vida, a vida, a vida,
    a vida só é possível
    reinventada."
    Acho que esse é preferência de todas as literatas ;)

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