
Reinvenção
        A vida só é possível
   reinventada.
 
   Anda o sol pelas campinas
   e passeia a mão dourada
   pelas águas, pelas folhas. . .
   Ah! tudo bolhas
   que vêm de fundas piscinas
   de ilusionismo... – mais nada.
 
   Mas a vida, a vida, a vida,
   a vida só é possível
   reinventada.
 
   Vem a lua, vem, retira
   as algemas dos meus braços.
   Projeto-me por espaços
   cheios da tua Figura.
   Tudo mentira! Mentira
   da lua, na noite escura.
 
   Não te encontro, não te alcança...
   Só - no tempo equilibrada,
   desprendo-me do balanço
   que além do tempo me leva.
   Só - na trevas
   fico: recebida e dada.
 
   Porque a vida, a vida, a vida,
   a vida só é possível
   reinventada.
Cecília Meireles in Flor de poemas
 
 
"Ahhhh, tudo bolhas!!!" Adoooro esse poema, Lu!
ResponderExcluir"Vem a lua, vem, retira
ResponderExcluiras algemas dos meus braços"
AMEI!
Também gosto muito desse poema. A imagem deu certinho com ele!
ResponderExcluirEu AMO TANTO esse poema! Sempre fiz dele um hino, uma inspiração! Cecília sempre esteve muito presente na minha vida.
ResponderExcluir"Porque a vida, a vida, a vida,
ResponderExcluira vida só é possível
reinventada."
Acho que esse é preferência de todas as literatas ;)