Onda e amor, onde amor, ando indagando
ao largo vento e à rocha imperativa,
e a tudo me arremesso, nesse quando
amanhece frescor de coisa viva.
Às almas, não, as almas vão pairando,
e, esquecendo a lição que já se esquiva,
tornam amor humor, e vago e brando
o que é de natureza corrosiva.
N´água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.
E nem os elementos encantados
sabem do amor que os punge e que é, pungindo,
uma fogueira a arder no dia findo.
Carlos Drummond de Andrade.
Lindo! Os poemas do Drummond são sempre uma ótima leitura! Leve e agradável! =*
ResponderExcluiradorei a parte " e a tudo me arremesso"
ResponderExcluir"tornam amor humor, e vago e brando
ResponderExcluiro que é de natureza corrosiva"