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AUSÊNCIA
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade
Ah, Drummond! Maravilhoso!
ResponderExcluirAs pessoas temem tanto ficar sozinhas porque não suportam a própria companhia. A ausência nada mais é que do que estar consigo mesmo... E esse auto conhecimento é tão saudável!
ResponderExcluirVerdade, Mel!
ResponderExcluirgosto muito !
ResponderExcluirEsse poema é uma das maiores verdades que já li!
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