segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Terras, espinhos e montanhas


Poço


"Não me temas, não caias de novo em teu rancor.

Sacode a minha palavra que te veio ferir

e deixa que ela voe pela janela aberta.

Ela voltará a ferir-me sem que tu a dirijas,

porque foi carregada com um instante duro

e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorrise minha boca fere.

Não sou um pastor doce como em contos de fadas,

mas um lenhador que comparte contigo terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorrie me ajuda a ser bom.

Não te firas em mim, seria inútil,não me firas a mim porque te feres."


Pablo Neruda

4 comentários:

  1. "Não te firas em mim, seria inútil, não me firas a mim porque te feres."

    intenso, humano!!
    ameii, Gabi! :)

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  2. Nossa Gabi, esse poema veio na hora certa pra mim!

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  3. pra mim tb sabia??Aconteceu uma coisa, lembrei dele e corri pra colocar aqui!!

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