Então entraram no quarto de José Arcadio Buendía, sacudiram-no com toda a força, gritaram-lhe ao ouvido, puseram um espelho diante das fossas nasais, mas não puderam despertá-lo. Pouco depois, quando o carpinteiro tomava as medidas para o ataúde, viram pela janela que estava caindo uma chuvinha de minúsculas flores amarelas. Caíram por toda a noite sobre o povoado, numa tempestade silenciosa, e cobriram os tetos e taparam as portas, e sufocaram os animais que dormiam ao relento. Tantas flores caíram do céu que as ruas amanheceram atapetadas por uma colcha compacta, e eles tiveram que abrir caminho com pás e ancinhos para que o enterro pudesse passar.
Trecho de Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez
Trecho de Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez
Nossa, Mel! Que lindo! *___* é tão cinematográfico!
ResponderExcluiré imagético, como diria nosso professor Hermenegildo, hehe :)
ResponderExcluirlivro delicia!!!
ResponderExcluirTô doida pra começar logoooo!
ResponderExcluirTambém não vejo a hora de começar!
ResponderExcluirEsse é o trecho mais bonito do livro.
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