quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Doce patologia



"A relação dos homens com os livros, em particular a dos bibliófilos, aqueles que por eles se apaixonam, passa por três estágios. Primeiro, os homens pensam que conseguirão ler um número de livros maior do que de fato é possível. Num segundo estágio, consequência imediata do primeiro, passam a desejar ter em mãos o maior número possível de obras dos autores de quem gostam. Num terceiro momento, já siderados, surgem o interesse pelas primeiras edições, geralmente raras, e a atração pelo livro como objeto de arte. Esta última fase é definida pelo mais célebre bibliófilo brasileiro, o empresário paulista José Mindlin, como perdição. “Quando se chega a esse estágio, aquele que pensava em ser na vida apenas um leitor metódico está irremediavelmente perdido”, confessa Mindlin. A patologia – doce patologia – está instalada em definitivo."

“Paixão e perdição“
Texto de José Castello, para ISTO É.

2 comentários:

  1. Muuito interessante, Gabi! E eu ainda acredito que ficamos oscilando entre essas fases!

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  2. Só não chego nessa fase de colecionadora de primeiras edições porque custa muito caro! hahah mas eu acho um luxo colecionar livros antigos... fico fascinada!

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