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-Este gosto de imitar as francesas da rua do Ouvidor- dizia-me José Dias andando e comentando a queda- é evidentemente um erro. As nossas moças devem andar como sempre andaram, com seu vagar e paciência, e não este tique-taque afrancesado...
Eu mal podia ouvi-lo. As meias e as ligas da senhora branqueavam e enroscavam-se diante de mim, e andavam, caíam, erguiam-se e iam-se embora. Quando chegamos à esquina, olhei para a outra rua, e vi, a distância, a nossa desastrada, que ia no mesmo passo, tique-taque,tique-taque...
-Parece que não se machucou- disse eu.
- Tanto melhor para ela, mas é impossível que não tenha arranhado os joelhos; aquela presteza é manha...
Creio que foi manha que ele disse; eu fiquei nos "joelhos, arranhados". Dali em diante, até o seminário, não vi mulher na rua a quem não desejasse uma queda; a algumas adivinhei que traziam as meias esticadas e as ligas justas... Tal haveria que nem levasse meias... Mas eu as via com elas... Ou então... Também é possível..."
Dom Casmurro, Machado de Assis.
Esse trecho é ótimo!!! E dps no seminário o Bentinho passa a noite tendo sonhos eróticos com mulheres caindo incessantemente! hahahaha
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