quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

na essência do que nunca aconteceu

Álvaro Pacheco



- A JANELA
OS VENTOS

Não há, nos ventos,
a liberdade da morte,
embora sejam implacáveis e
jamais perdoem as folhas secas.

Todos os ventos têm nome
mas não se conhece nenhum
de perto, embora
se agarrem a você
e desorganizem a harmonia.

Os ventos não têm forma
mas sabemos todas as suas aspirações
e os seus amores com o mar e as árvores.

Os ventos não têm a liberdade da morte
diluídos na essência
do que nunca aconteceu.

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