Álvaro Pacheco- A JANELA
OS VENTOS 
Não há, nos ventos,  
a liberdade da morte,  
embora sejam implacáveis e  
jamais perdoem as folhas secas.  
Todos os ventos têm nome  
mas não se conhece nenhum  
de perto, embora  
se agarrem a você  
e desorganizem a harmonia.  
Os ventos não têm forma  
mas sabemos todas as suas aspirações  
e os seus amores com o mar e as árvores.  
Os ventos não têm a liberdade da morte  
diluídos na essência  
do que nunca aconteceu.  
Lindo, lindo, lindo!
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