domingo, 27 de junho de 2010

Maçã

(Natureza morta com maçãs e laranjas, de Cézanne)

Por um lado te vejo como um seio murcho
Por outro como um ventre de cujo umbigo pende ainda o cordão placentário

És vermelha como o amor divino

Dentro de ti em pequenas pevides
palpita a vida prodigiosa
Infinitamente

E quedas tão simples
Ao lado de um talher
Num quarto pobre de hotel

Petrópolis, 25/02/1938
Manuel Bandeira
P.S.: para melhor compreensão do poema, recomendo a leitura de "Ensaio sobre 'Maçã'", de Davi Arrigucci Júnior. :)

5 comentários:

  1. "És vermelha como o amor divino"
    Lindo!

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  2. Adorei tudo por aqui, vou "linkar" vocês comigo!
    Pat Vieira

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  3. "Vermelha como o amor divino" . Anotado e pensado!

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  4. Pat, muito bom ter você com a gente! E adorei o post sobre nosso blog no seu site :) Ficou lindo!

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