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"O ninho - que erguem - é néxil, pléxil, difícil. Já de segredo começaram: com um bicadinho de barro, a lama mais doce, a mais terna. De barro, dos lados, à vária vez, ajuntam outros arrebiques. À muita fábrica, que se forma de ticos, estilhas gravetos, em curtas proporções; e argueiros, crinas, cabelos, fibrilas de musgos, e hábeis ciscos, discernidas lãs, painas - por estofo. Com o cravar, urdir, feltrar, enlaçar, entear, empastar; de sua simples saliva canora, e unir, com argúcia e gume, com - um atilho de amor - suas todas artes. Após, ao fim, na afofagem, forrá-lo com a própria e algo-doída penugem - do peito, a que é mais quente do coração. O ninho - que querem - é entre asas e altura. Como um pássaro voa trans abismos. A mais, num esperanceio: o grácil, o sutil, o pênsil."
Trecho de Uns Inhos Engenheiros. In: "Ave, Palavra", de Guimarães Rosa
Uma bela forma de descrever a construção do amor, da confiança e o respeito mútuos entre as pessoas, tudo é feito com todo o carinho e cuidado.
ResponderExcluirEsse livro parace belissimo!Vai para a listinha!
ResponderExcluirTambém está na minha listinha!
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