Ruídos confusos, claridade incerta.
Outro dia começa.
Um quarto em penumbra
e dois corpos estendidos.
Em minha fronte me perco
numa planície vazia.
E as horas afiam suas navalhas.
Mas a meu lado tu respiras;
íntima e longínqua
fluis e não te moves.
Inacessível se te penso,
com os olhos te apalpo,
te vejo com as mãos.
Os sonhos nos separam
e o sangue nos reúne:
Somos um rio que pulsa.
Sob tuas pálpebras amadurece
a semente do sol.
O mundo
No entanto, não é real,
o tempo duvida:
Só uma coisa é certa,
o calor da tua pele.
Em tua respiração escuto
as marés do ser,
a sílaba esquecida do Começo.
Octavio Paz
Descobri esse autor por acaso, vendo um dvd da Marisa Monte. E seus poemas são MARAVILHOSOS! Podem aguardar mais aparições dele por aqui :)
ResponderExcluirAdoro uma descoberta e uma novidade nesse blog!!
ResponderExcluirNossa, Mel! Ma-ra-vi-lho-so! Por favor, poste mais dele mesmo! Lindo esse poema! Amei!
ResponderExcluirNossa, Mel! É realmente um achado!!! Adorei!!
ResponderExcluirAdorei as rimas:
ResponderExcluir"com os olhos te apalpo,
te vejo com as mãos."
Tô esperando mais poemas lindos como esse!
Foi um dos poemas mais lindos que já li... é bem no estilo que eu gosto! muito bomm!!
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