quinta-feira, 21 de julho de 2011

...felicidade conjugal...



"Se as opiniões de Elizabeth se originassem do exemplo dado pela sua própria família, a sua ideia de felicidade conjugal e de consolo doméstico não poderia ser das mais lisonjeiras. Seu pai, cativado pela mocidade, beleza e aparência de bom humor que a juventude em geral confere às mulheres, tinha se casado com uma pessoa de débil compreensão e de idéias estreitas; muito pouco tempo depois do casamento, esses defeitos haviam extinto toda a afeição sincera que tinha por ela. O respeito, a estima, a confiança se tinham desvanecido para sempre. E todos os seus anseios de felicidade doméstica foram destruídos. Mas Mr. Bennet não era desses homens que procuram se consolar das desilusões causadas pelas próprias imprevidências entregando-se a esses prazeres em que os infelizes procuram uma compensação para seus vícios. Gostava do campo e dos livros; disso tirava as suas principais distrações; e, quanto à sua mulher, ele pouco mais lhe devia do que os divertimentos que o espetáculo de sua ignorância e a sua falta de senso lhe tinham proporcionado. Essa não é a espécie de felicidade que os homens em geral desejam encontrar no casamento. Mas, na falta de outros dons, o verdadeiro filósofo se contentará com os poucos que lhe são dados."


Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. 

2 comentários:

  1. Adoro os comentários do Mr.Bennet e o jeito que ele debocha de mulher!!

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  2. Eu acho o Mr. Bennet o máximoo! A ironia é muito bem representada nele!

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