Que importa?...
Florbela Espanca
Eu era a desdenhosa, a indiferente.
Nunca sentira em mim o coração
Bater em violências de paixão,
Como bate no peito à outra gente.
Agora, olhas-me tu altivamente,
Sem sombra de desejo ou de emoção,
Enquanto as asas loiras da ilusão
Abrem dentro de mim ao sol nascente.
Minh'alma, a pedra, transformou-se em fonte;
Como nascida em carinhoso monte,
Toda ela é riso, e é frescura e graça!
Nela refresca a boca um só instante...
Que importa?... se o cansado viandante
Bebe em todas as fontes... quando passas?...
"Toda ela é riso, e é frescura e graça"
ResponderExcluirum frescor mesmo esse post!!
Um frescor de realidade estampado na nossa frente... difícil até de aceitar, tamanha verdade!
ResponderExcluirAdorei! Nunca tinha lido esse da Florbela!
ResponderExcluirMaravilhoso!
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