"O espírito envolveu-o num olhar benévolo. Embora tivesse posto a mão apenas um instante sobre o coração do velho, este julgou sentir ainda o calor daquele contato. Flutuavam no ambiente mil perfumes amigos, cada um dos quais evocava uma multidão de pensamentos, de esperanças, de alegrias e pesares passados, de muitos anos atrás .
– Tens os lábios trêmulos, – observou o fantasma –, e o que estou vendo em tuas faces?
Scrooge, com voz rouquenha, o que estava fora dos seus hábitos, respondeu que era uma verruga, e declarou que estava disposto a seguir o espírito para onde quer que fosse. !
– Reconheces o caminho? – perguntou o espírito.
– Oh, se o reconheço! – respondeu Scrooge com emoção; – poderia andar por ele de olhos fechados!
– É estranho que o tenhas esquecido durante tantos anos, – observou o espírito. – Vamos adiante.
Ambos prosseguiram, e Scrooge ia reconhecendo à cada casa, cada árvore, cada poste. Logo a seguir, apareceu um pequeno povoado, com sua igrejinha, sua ponte e o rio sinuoso. Avistaram, então, na entrada, vários rapazes montados em hirsutos pôneis, e que se comunicavam alegremente com outros jovens montados em carriolas camponesas. Toda esta juventude transbordava de vida e de entusiasmo, e suas vozes enchiam o campo de uma música tão alegre que o ar cristalino parecia todo entrar em vibração"
Trecho de Um conto de natal, de Charles Dickens.
Ai, como eu adoro o Natal. Ontem, vi o filme "Além da vida" e o Charles Dickens é o autor preferido do protagonista; esse conto, inclusive, é citado no filme. Muito bom! Vou procurar a versão completa pra ler.
ResponderExcluirEu também adoro, Van! Vou postar mais uns trechos amanhã! Mas vale a pena ler na íntegra! :)
ResponderExcluirÓtima leitura para essa epoca!
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