Aureliano Buendía e Remedios Moscote casaram-se num domingo de março, diante do altar que o Padre Nicanor Reyna fez construir na sala de visitas. Foi o clímax de quatro semanas de sobressaltos na casa dos Moscote, pois a pequena Remedios chegara à puberdade antes de superar os hábitos infantis. Apesar da mãe tê-la instruído sobre as mudanças da adolescência, numa tarde de fevereiro, irrompeu aos gritos de alarme na sala onde as irmãs conversavam com Aureliano, e mostrou-lhes a calcinha manchada de uma pasta cor de chocolate. Marcou-se o prazo de um mês para o casamento. Mal houve tempo de ensiná-la a se lavar e a se vestir sozinha, e a entender os assuntos elementares de um lar. Fizeram-na urinar em tijolos quentes, para corrigir-lhe o hábito de molhar a cama. Deu trabalho convencê-la da iviolabilidade do segredo conjugal, porque Remedios estava tão aturdida e ao mesmo tempo tão maravilhada com a revelação, que queria comentar com todo mundo os pormenores da noite de núpcias. Foi um esforço extenuante, mas na data prevista para a cerimônia a menina era tão experimentada nas coisas do mundo quanto qualquer das suas irmãs.
Trecho de Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez.
esse livro é tao rico!adoro a personagem Remedios!
ResponderExcluirTambém adoro a Remedios e seu final trágico! Outra que gosto muito é a Rebeca, que come terra...
ResponderExcluirAinda não cheguei nessa parte. To adorando mto! Algumas partes são muito engraçadas. Eu ri demais naquela parte que fala que sempre que o José Arcádio Buendía faz alguma daquelas maluquices, a Úrsula amaldiçoa a hora em que o pirata assaltou a casa da bisavó dela e fez com que eles se mudassem e conhecessem o bisavô dele... Hahahaha!
ResponderExcluirFascinande a leveza como Gabriel García Márquez descreve tudoooo!
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