"Tomando-se gênero como o processo social que constrói diferenças e hierarquias sexuais, delimitando o que seria o masculino e o feminino, fica uma indagação, pois trata-se tanto de discutir categorias como de evidenciar hierarquias e relações de poder daí decorrentes. Ou seja, apontar que masculino e feminino são diferenciações biológicas e sociais que implicam relações de poder e resultam na subalternidade das mulheres.
São colocações corretas, mas que não elucidam como se produziu a dominação de umas pelos outros. É preciso saber se não estaria intuído nestas colocações que homens - isto é, todos os homens - são livres; mulheres não são livres. Seria livre o "homem-proletário"? É possível especular que este homem-proletário, amanhado por sua companheira, ao se tornar provedor, tenha adotado a posição de dominador da mulher, autorizado a tal exercício de poder pela filosofia. No entanto, a experiência indica que o proletariado não renuncia espontaneamente ao poder político sobre a sociedade; é pela educação (ideologia) que se logrará tal renúncia, não havendo a renúncia "altruísta", como quer o positivismo comteano. Reproduz-se, deste modo, o esquema geral dos exercícios de poder, a dominação de uns sobre outros e a reprodução da dominação na escala microeconômica, conformado como micropoderes. Num primeiro plano, homens e mulheres acham-se submetidos aos dispositivos gerais da ordem instaurada nas relações capitalistas; num segundo plano, estes mesmos homens e mulheres garantirão a manutenção e a reprodução de tais arranjos de poder nas suas relações pessoais."
A leitura de A Alma Imoral está me fazendo voltar às leituras da disciplina de psicologia do gênero! Estou A-MAN-DO! Espero que vocês gostem!
ResponderExcluirIsso me lembra as aulas de Antropologia do Gênero. Foram quatro anos que me ajudaram a entender melhor a minha condição de mulher, as minhas infinitas possibilidades de escolha e a certeza de que muita coisa ainda deve ser feita por nós.
ResponderExcluirEu ia falar exatamente que isso me lembrou o nosso livro "A alma imoral". Adorei que vc tenha compartilhado esse texto, Lu! Estou aprendendo demais =)
ResponderExcluirCrescemos dentro de um papel que a sociedade nos impõe e cabe a nós, somente a nós mesmos, descobrir que não precisamos nos encaixar dentro desses papéis, que somos livre e independentes em nossas escolhas!
ResponderExcluirAdorei o texto, faz a gente pensar!